sábado, 24 de setembro de 2011

Autora quer prender a atenção dos jovens com 'Rebelde'

Margareth Boury foi colaboradora de 'Malhação', em 1999. Foto: TV Press

Trabalhar focada no público jovem já virou uma rotina para Margareth Boury. A autora foi colaboradora de Malhação em 1999, assinou como titular a primeira experiência da Record em novelas voltadas para adolescentes, Alta Estação, e agora é a responsável pela adaptação da mexicana Rebelde, sucesso em vários países. E mesmo sem nunca ter direcionado sua carreira para isso, garante que está satisfeita com essa função recorrente em seu currículo. "Prefiro trabalhar para a garotada a escrever para os velhinhos. Nada contra os mais vividos, mas o pessoal que é novo costuma receber a gente de peito aberto", justificou, no auge de seus 53 anos. Pelo menos por enquanto, Margareth parece não querer colocar o pé no acelerador quando o assunto é a duração de seu novo folhetim. A Record anuncia o lançamento de um produto com previsão de 222 capítulos, podendo chegar ao dobro, de acordo com seu diretor de teledramaturgia, Hiran Silveira. Já a autora é mais econômica em seus planos. "O que combinamos é que escreverei uma novela com 200 episódios", desconversou.
Os jovens estão cada vez mais antenados em novidades e fazendo diversas coisas ao mesmo tempo. Como você pretende prender a atenção deles em Rebelde?
Procuro estar sempre ligada nas mudanças de hábitos desses jovens e seguir junto com eles. Mas, de verdade, isso não me preocupa tanto. Uso como termômetro o nosso próprio elenco. E eles estão gostando bastante de fazer. Se identificam com os personagens. Eu também peguei algumas coisas deles para colocar nos personagens. Agora é tirar a camisa e correr para a galera. Espero fazer esse gol!
Vocês pretendem trabalhar algum tipo de interação entre os personagens e o público?
Sim. Pretendemos usar bem a internet. A gente criou os avatares dos personagens e eles vão postar comentários no microblog Twitter para os telespectadores. E isso em cena mesmo, acho que vai ser bem bacana. É uma linguagem diferente. Não sei se vai atrair a atenção da garotada, mas é algo que quero explorar e que nunca vi no Brasil. Isso deve acontecer no Twitter e no Facebook também.
Você já disse que não assistiu à versão original. Foi proposital, para não se sentir influenciada?
Na verdade, não. O que faltou mesmo foi tempo. Quando a novela estava sendo exibida, eu não via. Depois, quando a sinopse veio parar nas minhas mãos, tinha tanta coisa para fazer que não dava. Mas li muitas informações nela. E tive total liberdade para fazer o que quisesse. Aproveitando o título da novela, pude ser rebelde nesse ponto.
Rebelde estreia no mesmo dia e horário que a Globo coloca no ar Morde & Assopra, próxima novela deles. Isso preocupa ou motiva você?
Pois é, a gente vai morder e assoprar... Ai, que horror! Olha, eu acho que são públicos diferentes, então não fico pensando muito a respeito. Pode parecer mentira, mas eu não estou preocupada com isso. Vivo uma fase bem "zen". Acredito muito no trabalho que estamos fazendo e tenho certeza de que vai trazer um resultado positivo.
Você escreveu Alta Estação, outra novela com temática jovem da Record, mas que foi retirada do ar precocemente. Essa experiência chegou a preocupá-la na hora de aceitar adaptar Rebelde para o Brasil?
Um pouquinho. Mas só no começo. Quando vi o tamanho do investimento que estavam fazendo, pensei: "agora, a gente consegue". Mas se você me perguntar o que aconteceu naquela época, não faço a menor ideia. Juro! Tive de mexer na novela inteira! É um projeto pelo qual tenho um carinho imenso e muitos jovens me pedem para a Record reprisar. Mas eu recebi orientação para fazer cenas de ação, mudar a história, existia esse papo de que para fazer sucesso, precisava ter cenas de ação. Mas agora vamos ver que isso não é verdade. Era só uma questão de fidelizar o público. Em Rebelde não vamos ter mudanças de horário como Alta Estação teve.

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